ESTAVA CHEGANDO A PRAIA DESERTA ONDE PEGO SOL DE FORMA A NÃO DEIXAR MARCA DE SUNGA QUANDO O VI NA AREIA, O RABÃO DE PEIXE DE ESCAMAS AZUIS RELUZENTES SOB O SOL.
PARECIA TRANQUILO E FELIZ A ROLAR NA AREIA JUNTO À ARREBENTAÇÃO. DESPI A CAMISETA E ME APROXIMEI. AO ME VÊ, ARRASTOU-SE DE VOLTA AO MAR.
- NÃO VÁ! FIQUE! QUERO FALAR COM VOCÊ! - GRITEI, CORRENDO EM SUA DIREÇÃO.
COMO ELE RELUTAVA, REDUZI OS PASSOS E PASSEI A CAMINHAR LENTAMENTE, ESPIRRANDO ÁGUA A CADA PASSO, ATÉ AQUELE HOMEM-PEIXE. ELE ME OLHAVA COM UM OLHAR CURIOSO E RECEOSO.
- VOCÊ COM SEU BELO RABO DE PEIXE E EU COM MINHA NUDEZ SOMOS DOIS OUTCASTS, MEU CARO! CONDENADOS A VIVER ISOLADOS... - DISSE, REVELANDO NOSSA VERDADE MAIS PROFUNDA.
- MAS NÃO SÓS! - REBATEU ELE, ESBOÇANDO UM SORRISO.
- CERTAMENTE QUE NÃO! - CONCORDEI, ME SENTANDO NA AREIA JUNTO À ELE.
- PARA VOCÊ É BEM MAIS FÁCIL. JÁ VI PRAIAS COM MUITOS HOMENS NUS, ALGUMAS COM FAMÍLIAS INTEIRAS... - COMENTOU ELE.
- VERDADE! MAS AQUI AINDA SOU A OVELHA NEGRA DO REBANHO...OU MELHOR, OVELHA RUIVA! - DISSE, FAZENDO-O RIR.
- VOCÊ É MUITO BONITO! POSSO TOCAR NA TUA BARBA? - PEDIU O TRITÃO, ME COMOVENDO.
- SÓ SE VOC~E ME DEIXAR PASSAR A MÃO NO TEU RABÃO DE PEIXE, SEU ESCAMOSO! E SE ME ESCLARECER UM COISA: UM PEIXÃO COMO VOCÊ TEM PAU? - PROVOQUEI-O, CAINDO AMBOS NA RISADA.
Nenhum comentário:
Postar um comentário