- MEU IRMÃO NÃO TEM CULPA: É INSTINTIVO! ELE MEXEU NA SUA CAUDA E O COICE FOI INEVITÁVEL... - FALEI, JUSTIFICANDO O OCORRIDO.
- SE ISSO TIVESSE ACONTECIDO COM UM CAVALO COMUM, NÓS ATÉ ENTENDERÍAMOS, ALCÍDES. MAS TEU IRMÃO NÃO É UM SIMPLES CAVALO. PARA QUE SERVE ESSA PORÇÃO HUMANA SE NÃO CONSEGUE CONTROLAR O LADO ANIMAL DE VOCÊS? - VOCIFEROU A IRMÃ LÉSBICA DA VÍTIMA, SOLTANDO FOGO PELAS VENTAS.
- NÃO É SIMPLES ASSIM, LUDMILLA. EU ENTENDO A DOR QUE O SOFRIMENTO DO TEU IRMÃO CAUSA, MAS O COICE É UM MECANISMO DE DEFESA NOSSA...- AINDA INSISTI, COÇANDO MINHA BARBA RALA E BAIXANDO O OLHAR PARA A MULHER DESTEMIDA.
- EU PENSEI QUE FOSSE UM LADRÃO TENTANDO MONTAR EM MIM! TÊM ACONTECIDO CASOS NA REGIÃO. A VIOLÊNCIA TAMBÉM NÃO NOS POUPA. DOIS CENTAUROS JÁ FORAM ASSASSINADOS POR FACADAS DESFERIDAS POR MELIANTES QUE CONSEGUIRAM MONTAR NELES... - INTERVEIO MEU BELO IRMÃO MAIS NOVO, DE FARTA CABELEIRA LOURA.
- O FATO É QUE QUALQUER JUIZ ACEITARÁ A TESE DE LEGÍTIMA DEFESA DO FABRÍCIO, LUDMILLA. DE QUALQUER MODO, NÓS, CENTAUROS, SOMOS INIMPUTÁVEIS PERANTE A LEI...PORTANTO, DEIXE-NOS AJUDAR VOCÊS A SAÍREM DESSA ... - PROPUS, ESTENDENDO-LHE A MÃO.
- EU NÃO SEI DE POSSO CONFIAR EM DOIS CAVALOS ... - RELUTOU A MULHER.
- É UM DIREITO SEU! MAS NÃO VEJO OUTRA FORMA DE RESOLVERMOS ESSA QUESTÃO. COMO FALAMOS ENTRE NÓS, É PALAVRA DE CAVALO: HONRADA NO FIO DO PELO DE NOSSAS CAUDAS! - INSISTI.
- ISSO É NOJENTO? - REAGIU ELA, FAZENDO-SE DE DIFÍCIL.
- VOCÊ ACHA MESMO? E EU JURAVA QUE NOSSAS CAUDAS FAZIAM SUCESSO ENTRE OS HUMANOS... - PROVOQUEI-A, BALANÇANDO MEU RABÃO QUE QUASE TOCAVA O CHÃO.
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